Dia de Campo na Fazenda Campina mostrou vantagens da utilização da ILFP em solos arenosos


Evento realizado no dia 31 de março reuniu cerca de 150 pessoas





No dia 31 de março aconteceu o Dia de Campo Integração Lavoura Pecuária Floresta (ILPF) em Solos Arenosos, na Fazenda Campina, de propriedade de Carlos Viacava, em Caiuá (SP). Em quatro estações montadas dentro da fazenda, os parceiros Embrapa, Cocamar, Unoeste e Rede de Fomento da ILPF apresentaram aos participantes as alternativas da técnica para melhorar a produtividade, a renda e a sustentabilidade das propriedades rurais da região. Estiveram presentes cerca de 150 pessoas, entre produtores rurais, pecuaristas, técnicos e estudantes.



A ILPF promove a recuperação de áreas de pastagens degradadas, agregando diferentes sistemas produtivos, como grãos, fibras, carne, leite e agroenergia, tudo na mesma propriedade. O sistema busca melhorar a fertilidade do solo com a aplicação de técnicas e sistemas de plantio adequados para a otimização e a intensificação de seu uso, permitindo a diversificação das atividades econômicas na propriedade.



Para William Marchió, diretor-executivo da Rede de Fomento ILPF, uma parceria público-privada entre Embrapa, Cocamar, John Deere, Down, Syngenta e Parker, o dia de campo realizado na Fazenda Campina tem importância ímpar para o País, especialmente porque a fazenda apresenta uma característica de maior dificuldade, com solo extremamente arenoso e baixos teores de argila, representando alguns milhões de hectares que o Brasil possui nestas condições.



“Quando vemos um dia de campo sendo realizado em uma condição de solo tão desfavorável apoiamos prontamente, porque acreditamos que é possível mudar a realidade da produção e aumentar a geração de emprego e de renda nessas regiões, que podem ser alteradas num curto espaço de tempo pela Integração Lavoura Pecuári Floresta, pelo uso da intensificação sustentável”, destaca Marchió.



O gerente de Produção da Cocamar em Presidente Prudente, Andre Longen, comenta que a avaliação do dia de campo foi positiva, superando as expectativas da qualidade do público. “Foi excepcional, com participação de ótimos produtores da região, pessoas que ainda estão namorando a ideia da integração. Não temos dúvida que isso é marcante e motiva as pessoas para que possam levar essa tecnologia às suas propriedades e melhorar a renda na sua região”, observa.



Ao invés de investirmos na Amazônia e Pará, derrubando as castanheiras, por que não investimos em uma imensa área a ser corrigida e transformada em área produtiva? Esta é a pergunta que João Klutchcouski, o João K., pesquisador do Setor de Implementação do Programa de Transferência de Tecnologia da Embrapa tem feito nos últimos anos. Para ele, o dia de campo mostra que aqueles solos considerados inaptos, hoje são tão aptos quanto as terras roxas do Paraná ou os latossolos férteis do Mato Grosso.



João K. ressalta que é preciso um amplo programa de transferência de tecnologia para fazer com que essas milhões de famílias que vivem desse ambiente possam ter acesso à tecnologia e fazer o mesmo que o Carlos Viacava vem fazendo, produzindo quatro safras a cada 12 meses, dependendo apenas de chuva. “Eu considero que essa é a principal meta que os governos federal, estadual e municipal deveriam assumir para equilibrarmos a questão de medicação de gases de efeito estufa, aumentarmos produção, renda e emprego, enfim, está tudo em nossa mão e tudo pronto, basta apenas transferir”, comenta.



Para completar, o pecuarista Carlos Viacava destaca a característica do evento, voltado para um grupo mais especializado, com interesse no negócio, que ajuda a difundir a tecnologia. “Estamos muito honrados de ter esses parceiros, pois sabemos que tudo isso vai render frutos para a nossa região e para o Brasil, pois não podemos pensar só na empresa, mas temos que pensar que estamos dando uma contribuição econômica e social para toda a região”, ressalta.



Viacava diz que a ILPF existe há muito tempo, mas que agora as pessoas estão vendo a importância do sistema para a pecuária. “Precisamos difundir a ILPF aos criadores, pois ela melhora tudo na fazenda, tendo um gado que produz mais e ainda tendo a soja como benefício. A ILPF é simples, mas dá um resultado fantástico”, finaliza.



Fotos: Daniel Smith/News Prime